Trabalho e carreira

Tudo o que precisa de saber sobre a Universidade

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Universidade

Esta é uma fase decisiva para muitos jovens, assim como para as suas famílias. Importa, não só, escolher o curso, tendo em conta os gostos, apetências pessoais, saídas profissionais e empregabilidade como avaliar custos – de propinas, alimentação e, se for o caso, alojamento.

Neste guia, o Contas Connosco procura dizer-lhe tudo o que precisa de saber sobre a universidade.

Quais são as datas das candidaturas de acesso ao ensino superior?

A 1ª fase do Acesso ao Ensino Superior 2022-2023 já se realizou e os resultados saem no dia 11 de setembro. Mas ainda vai a tempo. Faltam mais duas fases de candidatura: a 2ª fase entre 12 e 23 de setembro e a 3ª fase de 7 a 11 de outubro. Os resultados são divulgados a 30 de setembro e a 16 de outubro, respetivamente.

Critérios de acesso ao Ensino Superior

A entrada dos candidatos no curso pretendido está limitada pelo número de vagas disponíveis em cada ano. Além disto, deve ter em conta os seguintes critérios:

  • Classificação final do ensino secundário (peso não inferior a 50%);
  • Resultados dos exames (peso não inferior a 35%)
  • Pré-requisitos exigidos, como por exemplo, de natureza física, funcional ou vocacional (peso não superior a 15%).

Quais são os cursos com mais saídas profissionais em Portugal?

Apesar de uma Licenciatura não ser garantia de emprego, a verdade é que a escolha do curso pode ajudar. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e publicados no portal Infocursos, as três áreas com maior empregabilidade, em 2021, foram: Enfermagem,  Engenharia Informática e Gestão. Enfermagem fica em primeiro lugar no pódio dos cursos com maior empregabilidade em 2021, cujas taxas de desemprego rondam os 0%, e ultrapassa o curso de Ciências Biomédicas Laboratoriais, que estava no topo em 2020. O curso de Engenharia Informática passa, em 2021, para o topo, já que em 2020, a taxa de desemprego neste curso era superior. Gestão também passa a integrar o top 3 na lista de cursos com maior empregabilidade em 2021, uma vez que em 2020 nem se encontrava na lista de cursos com menor taxa de desemprego.

Devo escolher uma universidade pública ou privada?

Existem vários fatores que deve ter em conta: o curso e plano curricular que pretende seguir; os custos que cada uma das opções implica (propinas, alojamento, distância de casa, etc) e a taxa de empregabilidade. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e publicados no portal Inforcursos, em 2018, o ensino superior privado disponibilizou 16 cursos que garantiam emprego, enquanto o público teve 47. Já em 2019, estes números aumentaram para 29 cursos no privado e 39 no público. Quanto à taxa de desemprego associada, atualmente, no ensino público está nos 4% e no privado, encontra-se nos 4,9%.

Quanto custam as propinas?

O valor é fixado todos os anos no início do ano letivo. Este ano, o valor é um dos mais baixos dos últimos anos. O Parlamento aprovou o congelamento do valor das propinas em todos os ciclos de estudo. Isto significa que, no ano letivo 2022/2023, nos ciclos de estudos conferentes de grau superior, das instituições de ensino superior público, está previsto o valor mínimo da propina de 495€.

Já no ensino superior privado, compete à entidade instituidora do estabelecimento de ensino fixar o montante das propinas e demais encargos devidos pelos estudantes.

Quanto custa o alojamento?

Existem várias opções, dependendo das suas possibilidades financeiras ou do agregado familiar:

  1. Residências de estudantes: são alojamentos de baixo custo geridos pelas próprias universidades. O processo de candidatura é feito no início do ano letivo junto dos serviços de Ação Social dos estabelecimentos de ensino. As vagas são limitadas e, geralmente, difíceis de arranjar para novos alunos, uma vez que os que passam de ano costumam ocupá-las. Os alunos bolseiros têm prioridade. Quanto aos preços, são muito variáveis, dependendo do tipo de alojamento (quarto partilhado, individual, suite, apartamento), das despesas incluídas (água, luz, gás, internet) e se pretende garagem. Para o alojamento da Universidade de Lisboa, existem preços desde os 77,56 euros a 1.500 euros por mês. Já no Instituto Superior Técnico, a tabela de preços varia entre os 450 euros por mês por um quarto individual e os 760 euros num apartamento T0. Se quiser garagem, acrescem 100 euros por mês por cada veículo.
  2. Arrendar quarto ou casa: a pensar na necessidade de avaliar custos, o Ministério da Ciência e do Ensino Superior em parceria com a Alfredo Real Estate Analytics, uma startup de inteligência artificial, criou o Observatório do Alojamento Estudantil. O site não lhe mostra os anúncios disponíveis, mas recolhe dados de cerca de 100 mil imóveis, por dia, e dá-lhe os valores médios praticados em cada freguesia e concelho. Na prática, permite-lhe ter noção se o valor que estão a pedir pela renda é caro, barato ou justo. À partida, compensará mais dividir uma casa – entre vários estudantes, por exemplo – do que arrendar um quarto, mas, tendo em conta a oferta variada, o melhor é fazer a avaliação por si.
  3. Repúblicas estudantis: em Coimbra, existem 28 repúblicas onde, segundo diz a tradição, “viver um ano são 100 anos de vida” e “todos os residentes são responsáveis pelas tomadas de decisão e pela gestão”. Os valores das repúblicas são variáveis e já foram simbólicos, mas, atualmente, existem rendas em torno dos 500 e 800 euros.
  4. Alojamento solidário: em algumas zonas do país, existem iniciativas que procuram dar resposta a dois problemas – a necessidade de alojamento por parte de jovens universitários com dificuldades financeiras e combater a solidão da população idosa. O projeto Lado-a-lado está localizado em Coimbra e o Laços para a Vida, em Évora.
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É possível ter acesso a bolsas de estudo com apoio financeiro?

Sim. Os alunos inscritos em cursos técnicos profissionais, licenciaturas, mestrados ou mestrados integrados podem candidatar-se a bolsas de estudo. As candidaturas têm de ser apresentadas entre 25 de junho a 30 de setembro e podem ser feitas aqui

Que outras alternativas existem em termos financeiros?

Outra hipótese é pedir um empréstimo para contemplar os custos com educação. Existem várias soluções no mercado como o crédito formação, que pode funcionar como um complemento mesmo que tenha acesso a uma bolsa de estudo. Muitas vezes, estes créditos destinados à educação são bonificados, ou seja, permitem-lhe ter acesso a financiamento com taxas de juro mais acessíveis. Por isso, podem ser uma boa opção para apostar na sua formação – ou dos seus filhos -,  continuar a ter algum rendimento disponível, por mês, e ter um orçamento mais desafogado.

Regresso à normalidade

Após dois anos em que muitas foram as exceções e alterações ao calendário escolar, o regresso às aulas no ano letivo 2022/2023 vai voltar ao modelo anterior à pandemia. Segundo fonte da Federação Nacional de Educação (FNE), o calendário escolar volta a ter a configuração que tinha há dois anos e as datas previstas aplicam-se a todos os alunos, desde o pré-escolar ao ensino secundário. Quanto ao ensino superior, as datas podem sofrer alterações, mediante as instituições e por isso, deve consultar o calendário escolar de cada universidade, para ficar a par de todas as datas referentes aos períodos letivos.