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Teletrabalho e férias escolares: como entreter os miúdos?

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Teletrabalho e férias escolares: como entreter os miúdos?

Descubra dicas eficazes para conciliar o teletrabalho com a presença das crianças em casa, desde a gestão dos seus horários até ideias para atividades em família. Todos irão agradecer.

O teletrabalho ganhou terreno com a pandemia. Desde então, muitos profissionais passaram a trabalhar a partir de casa ou em regime híbrido, lançando o desafio de conciliar o trabalho com as crianças em casa sem escola.

Se é o seu caso, se os seus filhos são pequenos e não tem ninguém da família que possa ficar com eles ou levá-los a passear de vez em quando, damos-lhe algumas dicas e sugestões de atividades para sobreviver às férias de Carnaval, Páscoa ou de verão.

Faça um plano

Tire alguns minutos para desenhar um esquema com refeições para a semana (não se esqueça de que são habitualmente cinco almoços e outros tantos lanches de manhã e de tarde na escola); atividades e tarefas para fazer em casa; e uma manhã ou uma tarde em que consegue deixar o trabalho para ir passear com eles. Esteja preparado para mudanças no plano – é certo e sabido que vão acontecer – mas pode também definir horas para ‘estudar’, para brincar, para ver televisão ou um filme.

Mantenha rotinas

O ‘truque’ de deixar as crianças acordadas até muito tarde para dormirem mais não só pode não ser eficaz como é até prejudicial ao desenvolvimento. Se eles gostam de ficar a dormir de manhã mais um pouco, nada contra, mas o melhor mesmo é arranjarem-se como todos os dias e continuarem as habituais horas de refeição ou do banho. As rotinas ajudam a evitar as birras inesperadas quando as crianças estão cansadas ou demasiado excitadas.

Deixe as crianças participarem nas escolhas

Quando dizem que não querem fazer uma coisa – mesmo que saiba que vão adorar -, os miúdos vão queixar-se ininterruptamente. Mais do que forçá-los a uma tarefa ou atividade, dê-lhes hipóteses de escolha, para que sintam que têm alguma responsabilidade e poder de decisão. Provavelmente tinha já definido aquele tempo de televisão ou brincadeira para mais tarde, depois de fazerem uns exercícios ou tarefas, pelo que uma troca no plano não tem qualquer problema.

Se tiver um horário flexível, aproveite-o

Tem 8 horas de trabalho pela frente, se calhar até mais. Se não tiver de cumprir um horário específico, distribua-o de forma a ter algum tempo extra com as crianças ao longo do dia. Meia hora de manhã ou de tarde, ou 15 minutos várias vezes, ajuda a que eles se sintam mais acompanhados e percebam que não é só trabalho. Multiplicado por um casal em que ambos estejam em teletrabalho, isso faz os dias passarem ainda melhor para todos. Depois, se tiver de trabalhar mais um pouco ao fim do dia ou à noite, quando os miúdos estão na cama, apesar de algum cansaço que possa sentir, vai apreciar seguramente o silêncio para se concentrar.

Saiam todos ao final da tarde

Uma das (poucas) vantagens de ter os filhos em casa nos dias de trabalho é que não há a pressão dos transportes e dos horários fixos. Ao final da tarde, em vez de se preocupar logo com banhos e jantar, leve os miúdos a passear na rua. Não está tanto calor, fazem algum exercício e saem em família, para todos desanuviarem um pouco. Pode até perguntar o que gostariam de fazer ou propor um gelado ou outra guloseima que dê a sensação de ‘prémio’ depois de um dia atarefado.

Aposte no fim-de-semana

Aproveite ao máximo os dias de fim-de-semana ou de folga com os filhos. Um dia inteiro na praia passa num instante, mas se isso não for opção, tente organizar várias atividades diferentes para que as crianças percebam melhor que os pais têm outras obrigações e menos disponibilidade nos dias de trabalho. Podem ir visitar museus, exposições, um parque, um zoo ou aquário, fazer um piquenique na floresta, visitar uma cidade ou vila mais afastada. Acima de tudo, aproveitem melhor a rua nos dias em que não têm mesmo de ficar em casa.

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Sugestões de atividades:

  • Acampar no quarto. Se tiver uma tenda, pode montá-la na sala ou no quarto e deixar os miúdos acampar. Mas com muitas cadeiras, lençóis, e almofadas grandes também se consegue criar um pequeno forte com várias divisões onde os miúdos podem brincar e até dormir.
  • Umas cadeiras e uma manta transformam-se num palco para um teatro de marionetas. Ou então, com roupa de crescidos ou de carnaval e muitos acessórios, podem ensaiar uma peça de teatro para mostrar à família.
  • Criar uma história. Como antecipação ao espetáculo de teatro, podem criar uma história antes, o mais completa possível. Os mais pequenos terão de a desenhar e pintar, os que são mais crescidos conseguem já escrevê-la com algum pormenor e até fazer diálogos.
  • Fazer o lanche. Se os seus filhos já são autónomos a tratar do pequeno-almoço, incentive-os a tratarem do lanche, não só para eles, mas para toda a família. Desde simples sanduíches e leite, fruta, torradas (se já usam a torradeira) ou mesmo ovos – aqui com alguma supervisão – se começam a saber mexer no fogão.
  • Jogos tradicionais. Ensine aos seus filhos jogos tradicionais que não exijam muitas regras ou materiais e que não precisam de apoio de adultos, como a macaca, o elástico, a sardinha, o lencinho, as cadeiras, mamã dá licença, o rei manda.
  • Sala de jogos. Deixe os miúdos levar todos os brinquedos ou jogos para o quarto ou para outra divisão, para brincarem como quiserem sem preocupações. Depois têm é de arrumar tudo no final, mas isso é algo que podem fazer todos os dias e dá-lhe algum tempo para trabalhar sem (grandes) interrupções.
  • Tarefas a brincar. Ponha os miúdos a organizar a roupa lavada (juntar pares de meias é um desafio) ou mesmo as gavetas do quarto, onde até podem ver a roupa que já não serve. Sugira ainda que selecionem brinquedos mais antigos, para dar. E tudo isso pode ser transformado num verdadeiro exercício de matemática, com uma tabela para apontar o número e tipo de peças, cores, tamanhos, ou de quem são.
  • Escolher fotografias. Deixe os seus filhos ver os álbuns de fotografias que houver em casa – desde que tenha tempo para responder a perguntas do tipo ‘quem é esta senhora’ – e desafie-os a escolherem uma para ser colocada numa moldura. Depois, é só arranjar uma moldura simples que podem decorar com cores e apliques.
  • Sessão de cinema. Feche bem portas e janelas na sala, apague luzes, faça umas pipocas e simule uma verdadeira sessão de cinema. Mas sem conversar nem sair do lugar, para não incomodar os outros espectadores!
  • Caça ao tesouro. Esconda um ‘tesouro’ em casa e crie pistas para os seus filhos o conseguirem encontrar. Tente que descubram as respostas sozinhos, portanto não podem ser muito difíceis. Convém é que sejam bastantes, para ficarem entretidos algum tempo. Ajude-os se for preciso e, se esconder doces, por exemplo, pode dizer o que é o tesouro caso estejam a perder o interesse.
  • Karaoke e dança. Com a ajuda da televisão ou do computador, músicas de karaoke são um estímulo divertido para ganhar ritmo, desenvolver a coordenação e treinar a memória. Proponha que criem e ensaiem uma coreografia para a música que mais gostam, para ensinar ao resto da família.

Vai haver momentos mais difíceis, certamente, mas quanto mais atividades e projetos diferentes do convencional ‘pintar e desenhar’ estiverem na sua lista, mais fácil se torna ocupar o tempo das crianças sem repetir e sem recorrer à televisão, ao tablet ou à consola de jogos. Divirtam-se, já não falta muito para as verdadeiras férias!