Investimentos

Será que compensa instalar um painel fotovoltaico?

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painel fotovoltaico

Uma das perguntas mais frequentes entre a comunidade do Payper – serviço gratuito online que disponibiliza um gestor de faturas para otimizar e gerir os gastos da eletricidade, telecomunicações, gás e água – é: “Compensa instalar um painel solar?”. A razão para a frequência desta questão prende-se, sobretudo, com o aumento exponencial da procura dos painéis fotovoltaicos ou solares (como são normalmente chamados) entre os consumidores portugueses. As empresas que os comercializam dão conta dessa tendência. De acordo com o ECO, entre janeiro e setembro de 2020, a EDP, por exemplo, realizou mais de 10.000 instalações de painéis solares, mais 72% quando se compara com o período homólogo de 2019. Outras empresas comercializadoras destas soluções estão também a apostar em força no negócio, por conta da subida da procura. 

Incentivos para as casas mais eficientes

O próprio Governo estimula a aquisição dos painéis fotovoltaicos, no âmbito das suas medidas em prol do ambiente e da eficiência energética. Para isso, o Fundo Ambiental já disponibilizou 100 cheques para o “Programa de Apoio a Edifícios mais Sustentáveis”, no qual há 4,3 milhões de euros para atribuir a quem invista na melhoria da eficiência energética da sua habitação, sendo que no caso particular dos painéis solares esse apoio pode chegar aos 70% do investimento inicial até um máximo de 2.500 euros.

À mesma velocidade que se criam estes incentivos, também a população está mais sensível ao tema planeta e alterações climáticas.

A escolha do consumidor começa a recair neste tipo de soluções sustentáveis, uma vez que também há provas dadas de poupança na fatura energética.

Será mesmo um bom investimento?

Se há cerca de dez anos um painel solar só traria retorno ao consumidor ao fim de uns 7, 8 anos – e obrigava ao licenciamento camarário do equipamento – atualmente as coisas já não são assim. Nunca foi tão vantajoso como agora investir em painéis solares e já não precisa do licenciamento camarário, pelo menos até às 30 kW. Segundo os simuladores da mesma aplicação Payper, para uma moradia com um consumo médio de 75 euros por mês, e tendo em conta o incentivo fiscal atribuído pelo Estado, poderá haver um retorno do investimento inferior a um ano e meio.

Mas, claro, que cada caso é um caso. Em primeira análise, deverá monitorizar o seu perfil de consumo, saber exatamente quanto consome nos períodos tarifários de cheias e pontas (períodos de produção solar). A partir daí, irá decidir quantos painéis a instalar para que não desperdice a energia consumida, sendo que o excedente dessa energia irá ser injetada na rede do operador que lhe comercializou os painéis solares sem que ganhe nada com isso. Ou seja, se consumir, por exemplo, 14 kWh, nos períodos de pontas e cheias – normalmente começam às 8h e terminam às 22h -, significa que o seu consumo médio é de 1kWh, representando um consumo constante a rondar os 1.000W.

Como funcionam os painéis fotovoltaicos?

Resumidamente, os painéis fotovoltaicos permitem, através das várias células solares que os compõem, transformar a luz solar em eletricidade para ser usada na sua habitação, tanto na iluminação como nos eletrodomésticos. Uma vez que a eletricidade produzida pelos painéis está em corrente contínua, o que não permite que seja usada pelos equipamentos elétricos de sua casa, os sistemas fotovoltaicos terão de ser ligados a um inversor – que transforma a corrente contínua em alternada -, instalado entre os painéis e a rede elétrica. Depois, a eletricidade obtida desta forma pode ser utilizada em tempo real – no preciso momento em que precisa dela – ou pode ser armazenada em baterias para ser usada mais tarde. 

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Além dos painéis fotovoltaicos que transformam, como já vimos, a radiação solar em corrente de energia elétrica, há também os painéis solares térmicos, que convertem a radiação solar em energia térmica e não em eletricidade, como os fotovoltaicos. Os térmicos servem apenas para o aquecimento das águas, por exemplo, por isso se o seu objetivo for produzir, consumir, armazenar, partilhar e até vender eletricidade, a escolha tem de recair nos painéis fotovoltaicos.

Durabilidade e preço de um painel solar

Aqui, as contas têm que ser feitas considerando o valor do equipamento em relação ao seu tempo de duração. Para um painel fotovoltaico, o preço de um kit pode variar entre os 500 e os 3.000 euros, de acordo com a potência a ser gerada que, por sua vez, varia entre os 200W e os 1.500W. Se falarmos em seis painéis fotovoltaicos, com apoio de baterias e capacidade para 2kWh, o preço rondará os 9.000 euros, descendo para os 3.000, sem as baterias.

Por norma, os painéis fotovoltaicos têm 25 anos de tempo de vida, sendo que a sua manutenção é mínima, uma vez que apenas é necessário fazer a limpeza regular dos painéis.

As vantagens…

  • Redução da sua fatura de eletricidade, uma vez que irá gerar eletricidade de modo gratuito durante o dia. Se tiver baterias que possam acumular o excedente produzido pelo sistema, maior será a sua poupança;
  • Permitem gerar eletricidade limpa e renovável;
  • Reduz a sua pegada ecológica; 
  • Aumenta o valor da sua casa no mercado, uma vez que é um extra cada vez mais procurado, além de ser um bom investimento a médio, longo prazo.

… e as desvantagens

  • Investimento inicial elevado. Apesar de os custos destas soluções terem vindo a cair de ano para ano, ainda se tratam de soluções caras;
  • Produzem apenas eletricidade durante o dia. E com sol, uma vez que se o céu estiver nublado ou o dia estiver chuvoso a quantidade de energia gerada será reduzida. O pico de produção de energia de um painel fotovoltaico é alcançado no verão. Nos meses de inverno, a produção é mais baixa, mas, ainda assim, notará a redução da sua fatura de eletricidade. 
  • É obrigatório ter em conta a orientação do seu telhado. Seja numa moradia ou num prédio, terá de garantir que os seus painéis não ficarão à sombra, que aproveitam todo o rendimento solar que lhes é pedido. Para isso, deve escolher o melhor posicionamento dos mesmos em relação à luz solar.

Conclui-se que, de facto, é um bom investimento, pesando todos os prós e contras. Agora, só tem de pesquisar as melhores soluções e preços no mercado, fazer contas ao seu orçamento familiar e começar já hoje a transformar a forma como produz energia em sua casa.