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Deixe o seu património longe do ouro

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Ouro

A tradição de amealhar ouro e de oferecer presentes em ouro ainda está muito presente em Portugal. No entanto, o investimento no metal amarelo, em particular na compra de moedas ou de barras, é um mau negócio.

Os analistas da Proteste Investe, a publicação financeira ligada à Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, estudaram a compra e a venda de ouro amoedado há pouco mais de um ano. “Em média, pagámos mais 15,2% do que os preços de referência e vendemos por menos 1,6%”, concluíram. A referência para os preços é o Banco de Portugal, que publica diariamente as cotações.

As perdas dos investidores da Proteste Investe poderiam ter sido superiores se tivessem alienado numa loja especializada de compra de ouro em vez de ao balcão de bancos. “Se tivéssemos vendido todo o ouro nos franchisings, a perda na venda teria sido, em média, de 25,8 por cento“, calculam os analistas.

Ao contrário do que muitos aforradores pensam, o ouro não representa uma aplicação estável. O preço do metal nos mercados internacionais é volátil. Nos últimos três anos, a cotação do ouro desceu cerca de 30%. Cada grama de ouro vale agora cerca de 30 euros.

Não há rendimento no ouro

Além das margens cobradas pelos intermediários do mercado aurífero, o ouro como investimento tem uma grave limitação: não gera rendimento. Por isso, o preço depende sempre da luta entre os compradores e os vendedores. A aposta no metal amarelo é sempre especulativa, porque depende da relação entre os interessados em vender e em comprar. Os pequenos aforradores ficam sempre em desvantagem ao aplicar neste mercado.

Nesta quarta-feira, o Senado norte-americano publicou um relatório sobre a atividade dos grandes bancos no mercado de mercadorias, acusando-os de terem poder suficiente para manipular os preços destes ativos, como o ouro. “Se o associado do banco opera um fundo cotado garantido por ouro, o banco pode pedir ao associado para colocar algum ouro no mercado e baixar os preços, de modo a lucrar com uma posição vendedora (…), mesmo que alguns dos seus clientes tenham posições compradoras”, exemplifica o relatório do Senado.

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