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Carros híbridos: vantagens e desvantagens

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carros híbridos

Quando surgiram, há pouco mais de 20 anos, os carros híbridos foram uma pedrada no charco, ao oferecerem a condução enérgica de um carro a gasolina, com os mesmos consumos ou até menos de um a gasóleo. Mas os poucos modelos existentes na altura e a estética pouco atraente – o foco era a aerodinâmica e a eficiência – demoraram a convencer os consumidores e mesmo os restantes construtores de automóveis.

Duas décadas depois, praticamente todas as marcas de automóveis têm híbridos no seu portefólio e este tipo de veículos tem mais ‘versões’ do que qualquer outro. Detalhamos abaixo todas as vantagens dos híbridos e quais os diferentes tipos que existem.

O que são carros híbridos e como funcionam? Quais as vantagens?

Os automóveis híbridos são um primeiro passo para a sustentabilidade, uma vez que que recorrem menos a combustíveis fósseis e poluem menos. Podem ser a solução enquanto os 100% elétricos não baixam o preço e melhoram a autonomia, ou para quem o carregamento elétrico é mais difícil.  Continuam a haver muitas vantagens aocomprar um carro híbrido, pelo que vale a pena ponderar um crédito automóvel se a única questão estiver no preço.

Tendo um motor a gasolina como principal fonte de energia e propulsão, um carro híbrido junta-lhe um pequeno motor elétrico e uma bateria autónoma, que ajudam à eficiência no arranque e reforçam a potência em vários momentos da condução, diminuindo os consumos. A bateria do carro híbrido também se regenera nas travagens e desacelerações, e esse motor pode até funcionar sozinho, em distâncias curtas e a velocidades mais baixas.

O resultado é uma condução mais eficiente, com gastos inferiores de combustível – por vezes abaixo dos 4 litros por cada 100 km num híbrido convencional – e menos emissões poluentes também. A esmagadora maioria dos automóveis híbridos são a gasolina, apenas algumas marcas que lançaram ou continuam a lançar versões a gasóleo, como a Mercedes.

Que tipo de carros híbridos existem?

Com a chegada de novas tecnologias e dos automóveis 100% elétricos ao mercado (EV, electric vehicle), os veículos híbridos convencionais passaram a chamar-se HEV (hybrid electric vehicle) e acabaram por surgir outras duas siglas: PHEV e MHEV.

  • HEV – São os carros híbridos mais conhecidos. Tendo um motor a combustão como base, recorrem a um segundo motor elétrico (ou mais do que um) para dar potência extra ao carro e até alguns km de condução apenas elétrica São um pouco mais caros do que os veículos tradicionais, mas encontram-se modelos pouco acima de 20 mil euros.
  • PHEV – O ‘P’ vem de ‘plug-in’, pois estes veículos podem ser ligados à corrente para carregar a bateria e conseguem andar várias dezenas de km em modo apenas elétrico. Numa utilização urbana, com acesso a carregamento, estes carros híbridos podem ser usados sem qualquer recurso a combustíveis. São os mais caros, mas ainda assim mais acessíveis do que um 100% elétrico equivalente.
  • MHEV – Os mild hybrid, híbridos ‘suaves’, oferecem uma opção mais acessível e ajudam as marcas a baixar os níveis de emissões da gama completa, para cumprir as regras internacionais. Um pequeno gerador alimenta alguns sistemas elétricos, aumenta a potência global e baixa emissões e consumos. Com menos ‘peças extra’, são mais baratos, é possível encontrar citadinos mild hybrid a 15 mil euros.

Mas a poupança de um carro híbrido é apenas nos consumos?

Gastar menos combustível acaba por ser uma das principais vantagens de um carro híbrido, mas há outras. Desde logo no imposto anual. Ao emitirem menos CO2, saem bastante beneficiados no IUC (Imposto de Circulação), que é calculado em função da cilindrada, mas também das emissões poluentes. Um híbrido paga menos IUC do que um carro a gasolina ou gasóleo com a mesma cilindrada.

Além disso, algumas cidades têm estacionamento mais acessível para carros híbridos, e é comum encontrar lugares reservados para híbridos em centros comerciais e outros parques públicos, tal como os há para carros elétricos, para grávidas, idosos ou condutores com crianças, ou para pessoas com alguma deficiência.

E as desvantagens dos carros híbridos?

Pelas descrições acima, quase diríamos que os automóveis híbridos só oferecem vantagens, e na verdade os pontos negativos são poucos, até porque na última década surgiram versões híbridas de todo o tipo de carros, de pequenos citadinos a grandes monovolumes, SUV, ou até veículos comerciais. No entanto, há desvantagens que continuam a afastar muitos consumidores.

  • São mais caros. Apesar de terem o acréscimo de potência do motor elétrico – e das vantagens nos consumos mais reduzidos – acabam por ter um preço superior a um modelo igual com cilindrada e potência semelhante, que normalmente até tem uma melhor aceleração e uma condução mais dinâmica. Mas se o objetivo é a poupança no longo prazo – além das preocupações ambientais – um pode dar uma ajuda, e no caso da Cofidis não obriga a entrada inicial, muitas vezes necessária na altura de pedir financiamento para compra de carros.
  • Não são completamente ecológicos. Para quem procura um novo carro e a sustentabilidade é um fator determinante, um carrohíbrido é uma ajuda, está uns pontos acima dos tradicionais carros a gasóleo ou gasolina, mas ainda não é a opção mais ecológica. Neste aspeto os carros 100% – independentemente da poluição indireta relacionada com a sua construção e manutenção – não consomem combustíveis fósseis e não emitem gases poluentes para a atmosfera. Os carros híbridos apenas reduzem esses consumos e emissões, e mesmo os plug-in só conseguem ser totalmente eficientes se um condutor não precisar de mais do que algumas dezenas de km de autonomia por dia, para evitar o recurso ao motor a combustão.
  • Podem ter uma manutenção mais elevada. No fundo, um carro híbrido – seja MHEV, HEV ou PHEV, é um automóvel a gasolina ou gasóleo que tem mais componentes associados, principalmente a bateria e o motor elétrico. Dependendo da utilização que é feita, pode ter custos de manutenção mais elevados, já que são mais peças com tempo de vida limitado e a sofrer desgaste, com especial relevância para a bateria.
  • Eficiência depende muito da utilização. É sempre bom lembrar que as vantagens de redução de consumos (4 litros por 100 km num híbrido convencional e menos de 2 litros num plug-in, calculados em função da autonomia elétrica mais os restantes km feitos com combustível) dependem do tipo de condução. Numa utilização tranquila, sem grandes acelerações, a bateria dá mais tempo de autonomia elétrica ou apoia melhor o motor a gasolina; já numa condução enérgica, com o pé muitas vezes no acelerador, os consumos acabam por ser os mesmos que num carro tradicional.
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Há apoios do Estado para quem compra carros híbridos?

Este ponto requer bastante atenção. Os automóveis híbridos têm, a partir de 2021, um desconto de 40% no ISV (Imposto Sobre Veículos), que nos plug-in chega aos 75%, mas apenas caso tenham 50 km ou mais de autonomia em modo totalmente elétrico, e emissões de CO2 de 50 gCO2/km no máximo, a chamada regra dos 50/50. Os carros híbridos convencionais atualmente no mercado ficam abaixo das metas impostas e no caso dos plug-in, se a maioria até consegue uma autonomia de 50 km, muitos têm emissões acima de 50g. Isso traduz-se num ISV mais elevado, agravado ainda pelo IVA aplicado em cima do valor já com ISV.

Portanto, na altura de comprar um carro híbrido, pondere as características que procura, avalie o preço e faça várias comparações. Já sabe que um plug-in custa mais do que um híbrido convencional, mas caso tenha onde o carregar, a poupança pode ser grande. O custo do IUC, que não se altera ao longo dos anos, também é um bom factor de decisão.

Se o preço de compra de um carro hibrido é o único entrave, um crédito automóvel – que pode ser pedido tanto para a compra de carros novos como de usados -, é uma opção a ter em conta. Não se esqueça que nos consumos do dia-a-dia a sua carteira agradece, e o planeta também.